Jogos de tabuleiro fazem sucesso durante isolamento em Juiz de Fora

Seja na forma física ou on-line, segmento recupera espaço, ganha praticantes e se torna alternativa lúdica de superar a quarentena.

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O entretenimento é uma das formas buscadas pelas pessoas para lidar com o distanciamento social diante da pandemia do novo coronavírus.

Neste sentido, os jogos de tabuleiro e outros, como baralho, por exemplo, têm feito a alegria de muita gente nesta quarentena.

Em Juiz de Fora, amantes dos joguinhos aproveitam o tempo em casa para estreitar os laços com familiares e amigos, através da diversão proporcionada pelas disputas, sejam elas presenciais ou por aplicativos.

Linus Pauling é professor de História, Geografia, Educação Física, judô e jiu-jitsu. Desta forma, o dia a dia normal do profissional é corrido e, muitas vezes, não é possível fazer coisas que gosta, como por exemplo, brincar com o filho Eric, de seis anos.

Porém, a quarentena tem permitido que ele tenha o prazer de se divertir com o menino e, ao mesmo tempo, reviver uma paixão antiga: os jogos de tabuleiro. Segundo ele, as brincadeiras fazem bem, em vários aspectos.

“É momento de família, trocar ideia, bater-papo. No dia a dia é uma correira. Por conta do isolamento, estamos o dia inteiro na internet. Eu, dando aulas e fazendo as minhas coisas, e meu filho tendo aulas on-line na escola. Esses jogos servem para dar uma calma, refrescar a cabeça, descansar”, falou.

Linus diz que está aproveitando para educar o filho, tanto com relação aos valores de ganhar ou perder, quanto em alguns segmentos específicos dos jogos.

Além de iniciar Eric no xadrez, o professor tem usado jogos que falam sobre regras do trânsito ou como preparar um hambúrguer, por exemplo. O garoto diz estar gostando da experiência e ele tem mais de um motivo para isso.

“Eu gosto porque me divirto muito com os jogos. Fico feliz de jogar com meu pai e minha mãe. E eu ganho na maioria das vezes”, contou.

Ana Luísa Pancotti é advogada, trabalha em Juiz de Fora, mas devido à quarentena foi para Sapucaia, interior do Rio de Janeiro, onde os pais vivem. Em dias normais, o gosto pelos jogos já era comum, sobretudo pelo baralho com os amigos. Durante o isolamento, o carinho só aumentou.

E a rotina é intensa. Além de jogar baralho com a madrinha, e Ludo no tabuleiro com os pais, ela também gosta de se divertir com os amigos em rede, jogando Stop (popular “adedanha”), WAR e o próprio Ludo, por aplicativo.

Ana enxerga muitos pontos negativos na quarentena, como o ócio,, a ansiedade e a improdutividade pessoal e profissional. No entanto, ela diz que é aí que os jogos entram, ajudando a passar o tempo e a diminuir a tensão por conta da pandemia.

Outro ponto positivo que a advogada de 28 anos viu na quarentena durante as partidas foi a reaproximação com pessoas que moram em outras cidades e com as quais Ana não tinha contato há algum tempo. Ela tem jogada com amigos e amigas do Rio de Janeiro, Alagoas e Juiz de Fora e conta que a criatividade tem animado e acirrado as disputas.

“Nós bolamos um jeito do jogo ficar mais interessante. A gente se liga por aplicativo de mensagem e vai jogando. Aí um xinga, fala com outro. É como se estivéssemos jogando ao redor do tabuleiro. Isso gera papo, a gente se liga antes e depois dos jogos, atualiza os assuntos, etc”.

“Cada jogo me ajuda de uma forma. Alguns, jogo com meus amigos, outros com minha família”, destacou ela, que têm interagido nos jogos com pessoas de outros países.

Profissão e companheirismo

Imagine ter um amigo que produz jogos de tabuleiro. Agora, pense que, em meio à quarentena, ele se disponha a te indicar jogos diferentes, de acordo com o seu gosto, e a levá-los até você. Imaginou?

Sorte têm os amigos de Kleber Bertazzo. Advogado, ele tem uma editora de jogos de tabuleiro em Juiz de Fora. Além de conseguir os direitos de jogos internacionais, produzir os tabuleiros na China e importá-los para o Brasil para lançá-los no país, a editora dá espaço para produtores nacionais que criam os próprios jogos.

Com as portas fechadas durante a pandemia do novo coronavírus, Kleber se solidarizou com os amigos mais próximos e tem emprestado os jogos para eles se entreterem e animarem as famílias em meio ao isolamento.

“É nada comercial. Não divulgamos, só os meus amigos mais próximos que sabem, e eu empresto para eles jogarem com os filhos. Como tenho ido à loja três vezes por semana para resolver algumas coisas, eu tenho feito a entrega dos jogos para os meus amigos”, disse.

“Eles chegam me pedindo um jogo para jogar com os filhos, aí eu indico os que tenho, levo um, e na outra semana esse amigo pede outro. Eu vou lá e troco. Tem vários formatos, muita mecânica diferente, aqueles que você joga sozinho ou cooperativamente, contra o próprio tabuleiro. O universo é bem grande. Tem jogo que dura 20 minutos. Outros duram de quatro a cinco horas. É muito diversificado”.

Kleber tem a própria coleção e diz que é um fã dos jogos, de vários estilos, regras e faixas etárias. Feliz por ajudar os amigos durante este período de permanência em casa, ele afirma que tem jogado bastante. No entanto, ele diz que mais importante do que a diversão individual é o caráter social que os jogos têm recuperado.

“O melhor de tudo é a reunião, sentar, tomar uma cerveja com os amigos. Esses jogos trazem essa socialização, isso está sendo resgatado”, fechou.

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